quinta-feira, 28 de março de 2019


O ETERNO CORETO DA MUSICA

Joanópolis é tida como a cidade que nasceu de uma festa e como tal, parece ter brotado da música, pois com toda certeza foi ela quem animou a primeira festa ocorrida em 24 de junho do remoto ano de 1878.
Estes coretos são marcas constantes das pequenas cidades, pois neles se  acomodam as bandas e fazem seus festivais de retretas. Logo que fundaram São João do Curralinho, deram inicio as obras da pequena igreja  e já na sua inauguração ocorrida em 24 de junho de 1887, ocasião em que se celebrou a primeira missa, fez-se presente a  Corporação Musical da sede do município (Santo Antonio da Cachoeira) regida pelos maestros Samuel Freire e José Freire.
Estando a pequena vila tomando corpo de cidade, tinha obviamente que ter sua banda e para isso trabalharam incansavelmente os senhores João Candelária Sobrinho e Antonio Ferreira de Almeida (exímio flautista). Corria o ano de 1889 quando organizaram a primeira sociedade musical  chamada de “Lira Curralinhense” e  contrataram como maestro o professor de música sr.  Bernardino Pereira Lago da cidade de Santo Amaro. Tal corporação teve sua estréia durante as festividades de Reis no dia 06 de janeiro de 1890, com muitos aplausos e foguetes.
O trabalho do maestro Pereira do Lago  foi tão profícuo que na posse da primeira câmara republicana do município (07-01-1893) foi sua corporação convidada a tocar e comandar os festejos na sede do município de Santo Antonio da Cachoeira (Piracaia). O maestro Bernardino Pereira Lago prestou grandes serviços a comunidade e após ter seu trabalho concluído foi para outra cidade formar novas sociedades musicais. Ainda hoje existem algumas partituras assinadas pelo mesmo  arquivadas no Instituto Brasileiro de Estudos Musicológicos sediado no bairro dos Carvalhos em  nossa cidade.
Em 1898  assume a Corporação Musical Curralinhense o maestro Samuel Freire, o qual estreou  seu novo uniforme no dia 23 de junho de 1898 e se exibiu num pequeno coreto então existente. O maestro Samuel Freire era membro de uma das mais tradicionais famílias de músicos da região e foi uma das figuras mais importantes na música e bandas de Piracaia e Joanópolis.
Em 1900 o culto professor João Candelária Sobrinho passou a ministrar aulas de música e formou uma nova banda. Porém faltava alguma coisa para que as sociedades musicais ganhassem novo brilho, foi então que  diversos moradores, câmara municipal e sob a direção do farmacêutico Armínio de Castro Ferraz resolveram construir um novo  coreto no Largo da Matriz, mais espaçoso e imponente. Castro Ferraz após correr listas pela cidade, contratou  os pedreiros e deu inicio  as obras, sendo sua base feita em tijolos e toda a armação e telhado em madeiras trabalhadas com diversos enfeites. O mesmo foi inaugurado em outubro ano de 1900 com grande pompa recebendo o belíssimo nome de CORETO DA MÚSICA.
É neste Coreto da Música que passaram a se concentrar as novas retretas e as diversões após a missa, bem como alguns namoros e apresentações de grupos musicais. Em 1914 já existia a Banda São João do Curralinho sendo contratado para rege-la o maestro João Francisco de Paulo.  Em 1936 surgiu a Corporação Musical Nove de Julho, regida pelo saudoso maestro José dos Reis e pelo compositor Olympio Costa, membros do clube PC (Partido Constitucionalista), porém o clube do PRP  (Partido Republicano Paulista) manteve sua banda sob o comando do já citado Maestro João Francisco de Paulo. Em 1938 para a alegria de todos, ambas as bandas se uniram formando uma das mais belas bandas de Joanópolis. E era lá no Coreto da Música que as mesmas faziam suas belíssimas apresentações.  Em 1951 surgiu a saudosa Lira Joanópolense sob a regência de Genaro Pirocelli, em 1953 assume a regência o sr. Américo Lazzarini e de 1954 a 1962 assumiu a regência o professor de música e maestro João Toledano Sanches.  A Lira  Joanopolense além de se exibir no Coreto, nas procissões e outros eventos, levou o nome de Joanópolis para muitas outras cidades. 
Com a remodelação da Praça na década de 50 o Coreto da Música veio ao chão, porém em seu lugar construíram um de estilo moderno, sem telhado  e amplo, muito charmoso e combinando com o novo estilo da praça com arte nuveau e decó.  Passou esse então a ser o novo Coreto da Música, onde muita gente brincou, namorou, conversou e ouviu muitas bandas. Em 1975, graças ao ativo cidadão Waldomiro Villaça nasceu a Corporação Musical São João Batista, sob a regência do maestro João Toledano Sanches, infelizmente esta encerrou suas atividades no ano de 1977. Todas estas bandas eram compostas por um bom número de músicos e suas regências se davam com pessoas especializadas.
Em 1985 o coreto moderno é destruído e em seu lugar constróem um belo coreto de estilo antigo, bem parecido  com os anteriores, sendo esse hoje o nosso Coreto da Música, onde alguns músicos da cidade se apresentam e bandas de outras cidades animam nossa festa de junho. O Coreto da Música é um símbolo para mostrar quantas pessoas importantes para nossa música e bandas passaram por ele, regeram, lutaram e trabalharam para que banda a sobrevivesse, para que as retretas continuassem.  Um belíssimo trabalho de músicos,  como Bernardino Pereira Lago (nosso primeiro maestro), Samuel Freire (afamado maestro da região),  João Candelária Sobrinho (membro e patrocinador de bandas), Armínio de Castro Ferraz (mentor do coreto da música), João Francisco de Paulo (regente da banda por décadas), Antonio Ferreira de Almeida (chamado de emérito flaustista),  José dos Reis (regente da banda por longos anos), João Toledano Sanches (professor e maestro da banda, do coral da igreja e membro do Bando da Lua), os quais merecem nossas homenagens. O coreto continua na praça, evocando constantemente a banda para vir tocar, para dedilhar a Lira Curralinhense como um eco distante de tempos idos. O Coreto da  Música é eterno e saudoso,  imponente e importante como sempre foi.

Valter Cassalho



sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

MANUEL FERNANDES CASSALHO


MANUEL FERNANDES CASSALHO

pai do chefe do clã dos Cassalhos de Camanducaia.

Continuando a pesquisa sobre os CASSALHOS, acabei descobrindo que DOMINGOS FERNANDES CASSALHO, nasceu em 12 de julho de 1819, em Garfães, paróquia de Santa Eulália em Oliveira D´Ouro, em Vila Nova de Gaia, filho do Capitão Manuel Fernandes Cassalho e Maria da Silva.

Seu pai o CAPITÃO MANUEL FERNADES CASSALHO nasceu em 18/05/1788 na Paróquia de Santa Eulália, em Garfães, era filho de Manoel Fernandes e Maria Fernandes, seus avós paternos eram José Fernandes e Maria Francisca, da freguesia de Vilar de Andorinho e seus avós maternos eram Matheus Fernandes e Thereza Fernandes, da Freguesia de São Pedro do Pedroso, todos da região de Gaia.  Nesta região de Vila Nova de Gaia em especial Oliveira do Douro o sobrenome Fernandes é muito comum, interessante que Manuel recebe o apelido  Cassalho e depois este passa a seus descendentes.

Casou-se com MARIA SILVA, natural de Oliveira do Douro, nascida em 1798,  filha de Antonio da Silva e Quitéria Pinto da Costa. Sendo amigo do padre Domingos Leonardo Farinha, daquela Paróquia, convidou este para ser o padrinho do seu filho, nascido em 12/07/1819, e em homenagem ao padrinho deu o nome de DOMINGOS (Fernandes Cassalho). Este Domingos Fernandes Cassalho emigraria para o Brasil em 1837 dirigindo-se a Campos dos Goytacazes e depois para Camanducaia. Sabemos que além de Domingos, o casal teve mais filhos, como ANTONIO FERNANDES CASSALHO nascido em 04/06/1813 o qual imigrou para o Brasil em 1839 e foi para Campos dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro, estabeleceu como dono de Loja de Fazendas (tecidos), faleceu em 3/6/1883, deixando boas doações de terrenos aquela cidade, filhos e bom patrimônio. Tiveram ainda JORGE, nascido em 02/03/1816, JOSEPHA nascida em 14/4/1822,  ROSA nascida em 27/08/1823 e Manuel em 15/08/1826 que segundo consta ficaram residindo em Portugal.
MANUEL FERNANDES CASSALHO enviuvou em 19/06/1861, sendo que sua esposa MARIA SILVA faleceu aos sessenta e três anos de idade, tento recebido extrema-unção e oficio de corpo presente foi sepultada no cemitério da paróquia de Santa Eulália.

O capitão MANUEL FERNANDES CASSALHO é citado em jornais e documentos de época com participante da REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO de 1820, cujo movimento teve entre suas várias consequências a exigência da volta da família Real do Brasil para Portugal, bem como o fim do absolutismo português. O capitão aparece em registros militares de Portugal, constando como alferes da 3ª companhia e promovido a tenente de milícias de Vila da Feira, em 1821 na 5ª Companhia.

MANUEL FERNANDES CASSALHO faleceu no dia 27 de janeiro de 1867, em Oliveira do Ouro, como residente em Garfães, na mesma Paróquia de Santa Eulália em Oliveira Douro de Vila Nova de Gaia, repentinamente aos 79 anos de idade, na qualidade de militar reformado e viúvo de Maria da Silva, teve missa de corpo presente, sendo sepultado no cemitério daquela localidade, deixando filhos e testamento.
Pessoa bem conceituada e relevância nas terras portuguesas.   


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

RITO DE CARPIÇÃO 15 DE AGOSTO

15 de AGOSTO - NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO
OS MISTERIOS DA CARPIÇÃO

O que faz este povo nestes dias de agosto junto a capela a carregar terras de um lado para outro?  São homens, são mulheres, gente simples do povo, devotos em sua fé, antigos em suas tradições, senhores de seus costumes. Sol quente de agosto, vão para lá e para cá e carregam terras de um lado para outro, com respeito, seguras no lenço, em papeis  ou com amor nas palmas das mãos; a depositam com carinho do outro lado de uma capela. Capela do sitio, da roça, capelinha branca da serra, pra nossa senhora, senhora do Bom Sucesso.

Isto é a CARPIÇÃO, ritual praticado na primeira segunda-feira do mês de agosto e repetida no dia 15 do mesmo mês. O ritual consiste em carregar  (por três vezes) em um papel, pano ou mesmo nas mãos um pouco de terra próximo a igreja dedicada a Nª Sª do Bom Sucesso e depositá-la do outro lado da mesma. Muitos fiéis  seguram a terra junto a locais afetados por alguma enfermidade.


O 15 de agosto - DIA DE CARPIÇÃO – assim como acontece na primeira segunda feira de agosto e se repete no dia de  NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO,  fiéis voltam a carregar terra no ritual da carpição, costume presente desde Guarulhos até o sul mineiro; tradição essa muito forte em Piracaia, Joanópolis, Guaratinguetá, Camanducaia, etc. De acordo com Carlos José Ferreira dos Santos em seu livro  Identidade Urbana e Globalização  (A formação  dos múltiplos territórios em Guarulhos), há várias explicações, entre elas a explicação de 1913 pelo padre Celestino: “Esse termo carpição parece derivar do verbo “carpir” porque primitivamente pouco antes da festa, grande número de pessoas era chamada para fazer a limpeza e para carpir o adro....”  Uma outra explicação que eu acho também viável, tendo em vista que o dia coincide com a data de Nossa Senhora da Boa Morte em cujos ritos se apresentavam carpideiras (mulheres que choravam por dinheiro nos enterros; pranteadeiras, choradeiras), existindo uma associação entre Nossa Senhora do Bom Sucesso dos Agonizantes, que  segundo relatos, inicialmente a Virgem do Bom Sucesso era invocada para proporcionar aos seus devotos uma boa morte;  pois o maior sucesso, desejado por todos, era a salvação eterna. Com a finalidade de implorar o seu auxílio nos últimos momentos, foi fundada em Portugal, no século XVI, uma irmandade, cuja protetora era Nossa Senhora do Bom Sucesso dos Agonizantes. Continuando a visão do autor do livro ele diz “encontramos a associação da carpição ao choro e pranto realizados pelas “carpideiras” na ocasião da morte, e novamente, esta com a terra”. Em outro trecho “A relação do homem com a terra do Bomsucesso como elemento natural de energia e cura”. Na hagiografia (História dos santos e das coisas santas) sobre a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, consta que  vem do latim - successu -  significando aquilo que sucede ou sucedeu; resultado feliz e êxito, sendo também traduzido como parto, como um Bom Parto, um parto bem sucedido. Curioso que aqui forma esta questão do NASCER/MORRER ou VIDA/MORTE.
De acordo com o livro "Maria e seus gloriosos títulos", Edésia Aducci, ed. Lar Católico, 2ª ed, Nossa Senhora do Bom Sucesso tem a seguinte história: “Na cidade de Lisboa houve uma senhora muito ilustre, D. Eyria de Brito, filha de João de Brito e de D. Antônia de Atayde. Quando tinha apenas 14 anos, seus pais a casaram com D. Diogo Forjas Pereira, Conde de Feira. Enviuvando aos 18 anos, casou-se novamente, obrigada pelos parentes, com o primeiro Conde de Atalaya, D. Francisco Manoel. Era a Condessa D. Eyria muito virtuosa e muito devota de Nossa Senhora, e desejava muito ter uma imagem sua; no tempo em que andava com este desejo, foi à sua casa um peregrino com uma imagem de Nossa Senhora para vender; assim que a Condessa a viu, afeiçoou-se à imagem, de sorte que mandou dizer por um criado que ficava com a imagem, e que visse o que pedia; foi o criado, e não achou mais o peregrino: desaparecera, e ninguém mais o viu. Ficou a Condessa muito alegre, e muito mais ainda, julgando ser aquilo obra de Deus e favor que sua Mãe Santíssima lhe fazia. Colocou-a logo em seu oratório, onde ouvia Missa. A imagem era própria para ser vestida, formada em meio corpo de madeira de bordo, com braços de engonço, e assim só tinha a cabeça e as mãos encarnadas. Estas imagens chamavam-se imagens de roca. Estava vestida de cetim amarelo guarnecida de verde; mostrava tanta majestade no rosto, que em todos os que a viam infundia uma grande veneração e respeito. E assim não parecia ter sido feita por mãos de homens, mas pelas mãos dos Anjos. Tinha de altura dois palmos e meio. Não sabia a Condessa o título que a santa imagem tinha, porque o peregrino não o disse; mas, porque não trazia Menino, a Condessa a vestiu de branco com escapulário azul e a intitulou "da Conceição" (concepção - concebida). E com este título começou a invocá-la. O ano certo em que isto sucedeu não se sabe; porém como foi em vida do Conde de Atalaya, e este morreu no ano de 1629, é certo que foi alguns anos antes. Depois que a Condessa fundou o Convento, as religiosas Dominicanas puseram o Menino nos braços da imagem e deram-lhe o título de "Bom Sucesso", por revelação que teve uma religiosa, tornando-se a padroeira da casa”.
 O RITO de carregar a terra como elemento de cura, como reinterpretações de ritos da morte (lembrando que era costume jogar três punhados de terras quando sepultava alguém), bem como o dito popular “a terra que dá, a terra que come”, e ainda a questão de nascer da terra (barro) e voltar a terra (ao pó), deixam uma grande área de pesquisa e novas interpretações.  (Valter Cassalho).



quarta-feira, 30 de maio de 2018







CAIAPÓS
Para sarar quem está doente e acordar quem está dormindo

Somos todos de baitará/A raça de tupi/Somos marão de quá/Do chefe Caiubi. –Somu tudo inadara/da raça de tupi/Somu barão de guara/Do chefe Itajubi.

A frase e os versos acima pertencem ao caiapó de Piracaia gravados em 1945 e 1955 respectivamente e incluídos num livro sobre Danças Dramáticas do Brasil na década de 60. Os caiapós APRESENTAM-SE NAS FESTIVIDADES DE JUNHO EM NOSSA REGIÃO, NO CHAMADO CICLO JUNINO – FESTAS DE SANTO ANTONIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas, o que é o Caiapó? Quem são ou foram esses personagens que se vestem de penas ou palhas, que tocam buzinas de chifres pelo meio das ruas em dias de festas?
O índio sempre exerceu um fascínio no homem branco. Desde os primeiros contatos a literatura e a pintura tem exagerado e fantasiado sobre este povo dos trópicos, muitas vezes mostrando-os como ferozes canibais, outras  como dóceis, ingênuos, belos e apaixonados seres. Nossa cultura esta recheada de nomes, comidas e costumes indígenas. Os desfiles carnavalescos trazem sempre estes personagens à tona, porém pecam violentamente, utilizando cocares e adornos típicos de índios norte-americanos (mais uma gafe da mídia enlatada). 
No nordeste brasileiro a imitação dos índios é constante através dos Caboclinhos, dança dramática em que encenam uma luta de tribos inimigas, consistindo em  reminiscências dos antigos desfiles indígenas com seus instrumentos de sopro. Em Goiás acontece dança semelhante com o nome de Dança dos Tapuias.  Em diversos Estados, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, aparecem os Caiapós, que é um bailado  popular de influência indígena com variações de acordo com a localidade.
Este bailado já era mencionado em São Paulo em 1793 e 1794 pelos festejos do nascimento da princesa da Beira, herdeira do Trono de Portugal. Nestas citações do século XVIII relata-se o uso de buzinas, vestimentas de penas de peru e palhas.  Este folguedo seria uma imitação dos índios caiapós do sul, que dominavam os sertões na época dos bandeirantes, suas tribos situavam-se entre as cabeceiras do Araguaia e a bacia superior do rio Paraná. Os caiapós do norte vivem até hoje na região entre o Araguaia e o Xingu no norte do rio Topirapé.  Os primeiros desbravadores  (e escravizadores de índios)  encantaram-se com os cânticos e danças dos caiapós do sul, a tal ponto que a  encenavam na vila de Piratininga e localidades adjacentes.
 Existem algumas  diferenças quanto a encenação de uma para outra localidade, em algumas  existem um canto em tupi, em outras em português e em outras não há mais canto ou diálogo. Uma grande parte dos caiapós apresentam-se  com uma ou duas meninas chamadas de bugrinhas, cunhatãs ou cunhãs, as quais são raptadas por um homem branco e quando encontradas é realizada a dança comemorativa. Em nossa região, a encenação se dá em torno da doença (e  morte) do curumi (chamado de macuru, bacuru ou bucuru). Os caiapós chegam alegres e festivos, após a doença e  morte de  Macuru, entristecem-se, deitam no chão e lamentam o acontecido. Em seguida o pajé faz um ritual mágico, com muitos gestos e pólvora, que após acesa traz à vida o pequeno Macuru, todos levantam-se e  comemoram dançando o resultado positivo da pajelança.
Em alguns casos a figura de cacique-pajé (Tuxaua-pajé) é divida em dois personagens, o cacique que comanda o grupo, pai de Macuru e o altivo e orgulhoso pajé que faz a cura (caso de Joanópolis). Em outros o cacique possui a dupla função de líder e pajé, sendo o Macuru  filho de uma das mulheres da tribo (exemplo Piracaia). Neste último, há algumas décadas, como as mulheres não participavam da dança  um dos elementos vestia-se como mulher e mãe do referido curumi.
Os caiapós fazem-se acompanhar de variados e variantes instrumentos, caixas-de-guerra, tabuinhas, reco-reco, cuíca (puita), tambu, pandeiro e aricongo, em alguns casos queixadas de vacas e burros, sendo constante a presença da buzina feita de chifres. Trazem lanças, arcos, flechas e outros utensílios enfeitados.
Desta forma, este folguedo é uma lembrança encenada  a céu aberto sobre os maravilhosos rituais  de pajelança de nossos ancestrais, não apenas uma alusão aos caiapós do sul, mas também, a toda  nação indígena, inclusive aquelas que residiram nestas localidades. COMUM NAS FESTIVIDADES JUNINAS.
 Que estes rituais, apesar de simbólicos, exorcizem nossas cidades e tragam  fertilidade, cura e energias positivas para todos nós. 
Valter Cassalho


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018


TRIBUTO AO PADRE DOMINGOS SEGURADO


(p/Valter Cassalho -  fevereiro/2018)


Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do
que a riqueza e o ouro. Provérbios 22:1

A Praça Padre Domingos Segurado está localizada no centro da cidade de Joanópolis, sendo um dos mais importantes locais do município, infelizmente sabemos pouco dos detalhes da vida de seu patrono e nem fotos possuímos deste importante personagem que marcou a história de Joanópolis.
A igreja de Joanópolis é um grande símbolo em nossa cidade, um marco histórico, artístico, arquitetônico e religioso, e graças a este homem o majestoso templo ergueu-se imponente e digno das grandes famílias daquela época.
O frei da Ordem de Santo Agostinho, DOMINGOS SEGURADO PASCUAL, em alguns documentos constam Domingos Pascual Segurado, nasceu na cidade de Fermoselle na província de Zamora, no norte da Espanha, era filho de Cipriano Segurado e de dona  Emilia Pascual,  por lá deve ter crescido e ingressado na vida religiosa.
Não se sabe se veio diretamente da Espanha ou de outro país para o Brasil, tendo em vista que muitos agostinianos espanhóis vieram para o Brasil desde 1899 através das missões saídas da antiga colônia espanhola das Filipinas, dado a revolução ocorrida naquelas terras (Revolução Filipina  pela Independência 1896/1898) e se estabeleceram em São Paulo. Abriram missões no Amazonas e Goiás, além das frentes em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Consta que em 1899 chegaram ao Rio de Janeiro diversos irmãos provenientes da Espanha e criaram mais tarde a Vice Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil.
Em Joanópolis, chegou aqui por volta de 1910, pois consta nesta época ele recepcionando o primeiro arcebispo de São Paulo Dom Duarte Leopoldo e Silva, com grandes pompas. Foi nesta data e nesta visita que firmaram a ideia da construção da igreja Matriz dedicada ao padroeiro  São João Batista em substituição a primitiva capela que aqui existia, providenciando a planta para a sua construção. O vigor do padre Domingos Segurado, agregando a força dos grandes fazendeiros no auge da produção cafeeira, mais o trabalho voluntariado dos fiéis, em incontáveis mutirões, fez a audácia em construir o majestoso templo que hoje coroa nossa cidade.
Participou efetivamente de um centro recreativo e cultural, o CENTRO CURRALINHENSE, inaugurado em 1911, local para grandes bailes da sociedade daquela época, saraus literários e aquisição de livros para biblioteca e assinatura de jornais.  Ocupou o cargo de Orador em praticamente todas as diretorias e eventos. Em outubro de 1913 requereu à presidência que adquirissem a coleção Biblioteca Internacional de Obras Célebres, o que foi feito de imediato e paga em várias prestações, sendo esta coleção a predileta dos associados. Era ainda interessado por uma das grandes invenções da época, uma novidade que começava a chegar as pequenas cidades, o CINEMA.
 Esteve presente na conferência do dr.  Afonso de Carvalho em 1917 para  a mudança do nome de São João do Curralinho para Joanópolis (a cidade de João), juntamente com importantes cidadãos. Neste ano residia com ele, auxiliando seus trabalhos o Frei Victor Merino (Victor Merino Blanco, faleceu em Caudete – Albacete-Espanha - 12/02/1935), também da Ordem de Santo Agostinho. Padre Domingos Segurado era conhecido como um homem de baixa estatura, rosto muito corado, sempre com o hábito agostiniano e era um dos grandes oradores do município, com forte sotaque que possuía, subia ao púlpito da igreja ou do Centro Curralinhense e discorria sobre qualquer assunto com grande maestria. 

Com a igreja matriz pronta por dentro, faltando ainda a parte externa com o reboco, relógio etc; fez uma campanha entre famílias tradicionais da cidade e angariou fundos para a aquisição das imagens sacras, sendo que tais famílias uniram-se e deram dinheiro para a compra de um conjunto completo para os ofícios da missa, em especial para o padroeiro e a semana santa. Assim no inicio de 1925 partiu para a Espanha. Só para lembrar que nesta época, com a precariedade de estradas e veículos talvez tenha saído numa charrete ou a cavalo e ido até Piracaia pegar o trem até a Capital, onde acertou detalhes e documentos, embarcou em Santos em algum navio e dali para seu País de origem. Visitou algumas amigos e familiares e seguiu para Barcelona, onde comprou o conjunto sacro: Jesus no Domingo de Ramos, Senhor dos Passos, Nossa Senhora das Dores, Jesus Crucificado, Jesus Morto, Jesus Ressuscitado, os quadros da via crucis (que vieram escrito em espanhol e mais tarde foram mudados para o português), a belíssima imagem de Santa Luzia e o nosso PADROEIRO SÃO JOÃO BATISTA. Todas adquiridas em uma das casas de arte sacras mais tradicionais da Europa,  a Casa da Viúva de Reixach (fundada em 1874, pelo escultor Joseph Reixach Campanyà cujos Meninos Jesus são figuras centrais de sua produção, inclusive o exposto no natal em Jerusalém até hoje).  Comprou ainda alguns relógios de parede, despachou com as imagens para o Porto de Santos no Brasil, e estes após meses vieram para Piracaia de trem e de lá os grandes caixotes vieram em carroças e no lombo de burros até Joanópolis. O jornal o Progresso de abril 1925 noticia que o prefeito Coronel João Ernesto Figueiredo conseguiu junto a companhia de estradas de ferro Railway o traslado gratuito das imagens de Santos até a estação final em Piracaia.  A chegada das imagens causou entusiasmos e todos seguiram os grandes caixotes até a igreja, na imensa curiosidade em vê-las. Padre Domingos Segurado alegremente abriu uma a uma e fez uma grande festa para suas bênçãos e entronização. Os relógios de parede foram vendidos para ajudar a pagar as despesas da viagem e compra das imagens, existindo ainda hoje três, que foram adquiridos por algumas famílias tradicionais.
Com a criação da Diocese de Bragança Paulista em 1925, passando Joanópolis a fazer parte desta, desligando-se da Arquidiocese de São Paulo; e  com a chegada do primeiro Bispo em 1927 e este reorganizando todas as paróquias, Padre Domingos Segurado deixou nosso município, voltando para São Paulo, deixando muitas saudades e agradecimentos no coração de todos que com ele conviviam. 
  Em janeiro de 1929 teve uma nova incumbência. Assumiu como o primeiro pároco da paróquia de Santo Agostinho no bairro da Liberdade em São Paulo, onde ficaria até o dia 26 de setembro de 1934. Neste ano com apenas cinquenta e sete anos, veio a falecer na Casa de Saúde Santa Rita naquela capital, vítima de anthraz (carbúnculo) e diabetes, sendo sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento.  A noticia foi recebida com muita tristeza em nossa cidade.
O Jornal O Piracaiense, referindo-se a Joanópolis, dedicou algumas palavras sobre este homem em setembro de 1935, que passo a transcrevê-las: “Joanópolis assistirá no dia 26 de corrente, a passagem do primeiro aniversário da morte do Reverendo Padre Domingos Segurado. Recordar a vida desse ilustre sacerdote que, nesta terra, soube dar os mais edificantes exemplos de trabalho é avivar no coração do nosso povo a lembrança de um grande vulto, cujo desaparecimento a sociedade sinceramente lamenta. 
Representando Deus, no seu desejo sempre ardente de contribuir para o engrandecimento da religião, Padre Domingos impelido pelo otimismo dos espíritos fortes, empreendeu, um dia, nesta cidade, a construção de um templo ao nível do nosso progresso e de nossa cultura. Nada o conseguiu afastar dos seus intentos e, embora o futuro pudesse trazer-lhe um punhado de obstáculos, ele, com a perseverança dos velhos alquimistas iniciou a realização de seu sonho de gigante. Lançando as primeiras pedras sobre as quais se levanta a igreja de que, hoje todos nós orgulhamos, a sua voz, num hino de fé, ecoou por todos os recantos do nosso município, despertando corações para a obra monumental.  Atendendo ao seu apelo cheio de entusiasmo, como que num juramento íntimo, um povo inteiro deu-lhe tudo para a consecução do seu objetivo. Não lhe faltaram auxílios, de cada canto partia  uma palavra de estímulo, de cada casa um óbolo para as obras da Matriz, de cada alma uma prece pela sua felicidade. Tudo surgiu, secundando o seu esforço até que um dia, os seus olhos, cansados puderam admirar as naves que o seu sonho idealizara.  Mas as alegrias do homem são sempre imperfeitas. Quando a sua obra caminhava para o fim, robustecendo a sua esperança, eis que o destino o leva para a capital, distante da terra que ele tanto amara. 
Separado  embora pela distância, ele trazia ainda na retina o perfil das nossas montanhas que se elevam em contornos admiráveis.  Seu coração continuava ainda a pulsar pela nossa terra, pela terra onde se formara a mais bela das suas aspirações, quando, inesperadamente, a morte, que não distingue os gigantes dos pigmeus vem arrebatá-lo ao mundo! Morte traiçoeira! As suas mãos negras não estabelecem distinção entre os homens, roubando-os todos, para que no mundo, floresça sempre carregadinha de pomos, a árvore da saudade. A saudade, hoje sentimos nós, joanopolenses, ao evocar a figura inolvidável do Padre Domingos. Mas, para que o seu nome jamais seja esquecido entre nós, e possamos conservá-lo brilhante, aos olhos de todos, tomamos a liberdade de lembrar ao nosso prefeito municipal, de cuja inteligência muitos benefícios tem colhido a população joanopolense, a mudança do nome de uma das nossas praças principais para ao nome de “Padre Domingos Segurado”. Já temos  ruas com os nomes de Anselmo Caparica e Luiz Figueiredo, construtores da nossa grandeza! Nada mais justo de que tenhamos agora uma praça com o nome do ilustre sacerdote, a cuja memória Joanópolis  rende a sua homenagem de terna gratidão”. A Praça realmente recebeu o referido nome, e até hoje seu nome está imortalizado na Praça, mas em especial a todos que visitam nossa história ou que adentram a igreja matriz e se deparam com as belas imagens espanholas ou ainda que vislumbram nossa majestosa matriz.
Ao padre DOMINGOS SEGURADO nosso eterno obrigado e que Deus sempre o guarde em sua infinita Luz.

Professor Valter Cassalho
Fevereiro/2018




Agradecimento a Paroquia de Santo Agostinho na Liberdade em São Paulo,
através do Frei Mario.



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O QUE DIZEM OS MORTOS DE PIRACAIA

PIRACAIA É NOTICIA EM REVISTA NA EUROPA.
Pesquisa do professor VALTER CASSALHO realizada este ano em comemoração aos 200 anos de Piracaia é  publicada na Europa. Com o tema O QUE DIZEM OS MORTOS DE PIRACAIA,  Valter Cassalho aborda a questão dos enterramentos nas igrejas no século XIX e a transição destes enterros para fora destas e origem dos cemitérios (1830-1891).  Estudando os livros de enterramentos e testamentos da Igreja Matriz de Santo Antonio da Cachoeira ele traça um panorama dos enterramentos sem caixões, os ritos, os desejos no momento da morte, as pompas e em especial o uso das MORTALHAS com seus significados quanto as cores e  a proximidade junto de determinados altares.  Afirma Cassalho, “o uso das mortalhas nos dá um entendimento de como era morrer naquela época e sua divisão social, paradoxalmente os mais abastados eram enterrados no hábito de São Francisco”.  
O presente estudo também mostra pessoas de grande importância para a história piracaiense  como é o caso da fundadora Leonor Franco, Maria Escolástica de Ornellas e Capitão José Bonifácio. Além disso o estudo mostra os tipos de mortes, doenças da época, usos e costumes.  Perguntado sobre o motivo da escolha sobre os mortos, Afirmou Valter Cassalho “O estudo sobre as formas, meios e situações mortuárias revela um passado pouco conhecido, revela novos conhecimentos e abre um leque de possibilidades de novos estudos históricos e antropológicos entre outros.” Completou ainda: “Nessa pesquisa percebi que a igreja primitiva de Piracaia não era uma simples capela, mas pelo número de enterramentos em seu interior, bem como de altares e irmandades, mostra ser de bom tamanho e importância já nos meados daquele século”.  A revista Brasil – Europa é segundo sua apresentação uma  Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND), sendo  uma fundação com finalidades exclusivamente científicas, teórico-culturais e filosóficas. O seu escopo é fomentar estudos e reflexões a serviço do alcance de conhecimentos, do desenvolvimento das ciências e do esclarecimento.  A pesquisa do professor Valter Cassalho pode ser acessada no número 169 (201l7:5), no link: http://revista.brasil-europa.eu/169/Valter_Cassalho_Mortos_de_Piracaia.html


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Mas, será o Benedito...!?


São Benedito é um dos santos mais populares do Brasil, principalmente na zona rural da região sudeste, onde se concentra grande parte da civilização caipira. A intimidade com os santos é uma constante dentro do nosso universo caboclo, no qual atribuem-se fortes personalidades, lendas e superstições sobre  os mesmos. Na crença cabocla São Benedito é um santo muito milagroso, porém brabo e exigente como ele só. Rei dos Congos e Moçambiques, o mesmo tem o privilégio de ser o primeiro em tudo. Seu andor é o primeiro a ficar pronto e o primeiro a sair da igreja para liderar as procissões. Mesmo nas rezas de  São Gonçalo prepara-se um andor para este santo e no altar do santo violeiro ocupa lugar de destaque. Se desrespeitado sua vingança ocorre com vendavais, tempestades ou chuvas na ocasião das festas.
                   Contam que, numa festa de São João era comum os andores serem enfeitados na casa de um dos festeiros para retornarem a igreja na véspera do dia do padroeiro. Levados em procissão para uma fazenda próxima a cidade, chegaram de forma desorganizada e foram espalhando os andores, quando chegou o São Benedito, não havia lugar separado para o mesmo e o fanfarrão e abusado festeiro mandou que o colocassem no porão, pois lugar de escravo era na senzala. Admirados, muitos fiéis ficaram preocupados, foram ao porão e receosos enfeitaram o santo de vermelho (sua cor predileta). O amanhecer véspera da festa não trouxe bons sinais, nuvens pesadas foram se juntando e na hora de saírem com as imagens houve um grande temporal, cujos ventos de tão fortes destruíram as barracas na cidade e por fim levou boa parte do telhado da casa do festeiro. Choveu dias seguidos e não houve festa e nem procissão em louvor aos santos.
A nossa  Igreja Matriz possui uma belíssima imagem de São Benedito e o seu andor é  caprichosamente forrado, com esplendores ricamente ornamentados  em flores e as vezes até iluminado. Em todas as procissões em louvor aos santos era o primeiro a descer solenemente as escadarias da igreja, com diversos andores atrás de si. Na festa de São João seu andor recebia o mesmo tratamento a altura do padroeiro e ficava exposto na igreja.
Nas casas a tradição manda que sua imagem fique sempre na cozinha e não nos oratórios, pois consta que o mesmo foi um grande cozinheiro e sua presença neste cômodo garante fartura e proteção. A ele serve-se o primeiro cafezinho todas as manhãs ou toda vez que se côa um café novo.
Mas quem foi São Benedito? De acordo com a Santoral Popular (Santo Nosso de Cada dia -  ed. Loyola 1991) ele nasceu em 1526 na aldeia de San Fratello Província de Messina na Sicilia, era filho de pais descendentes de escravos, conseguiu sua liberdade graças ao professor Manasséri, apesar de ter recebido excelente educação não era alfabetizado. Aos vinte e um anos foi para o eremitério onde exercitava todas a suas virtudes e adquiria novas a cada dia, operando diversos milagres. Mais tarde foi para um dos rochedos de Palermo e em 1562 ingressou na ordem Franciscana no Convento Santa Maria de Jesus. Foi cozinheiro por muitos anos e em 1578 foi nomeado guardião do convento e mestre de noviços. Morreu em 1589 e seu corpo continua incorrupto e exposto na igreja de seu convento em Palermo - Itália.
Seu culto introduzido no Brasil via Portugal e outros países teve grande aceitação entre os escravos os quais dedicaram-lhe as coroas dos Congados e Moçambiques, bem como inúmeros versos nos folguedos religiosos.
Mesmo tendo o seu dia comemorativo em cinco de outubro, dado a sua origem africana comemoram-no sempre a treze de maio, relacionando-o com a libertação dos escravos. Mesmo não havendo grandes festividades em seu dia, uma coisa era certa, São Benedito estava presente em todas as festas, afinal, sem sua vontade os dias de festas não  seriam ensolarados e as noites não seriam tão estreladas. Viva São Benedito!

Valter Cassalho