quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



PAPAI NOEL EXISTE OU NÃO EXISTE?

O Natal Cristão realmente é muito interessante, em especial por mostrar  pontos extremos. Por um lado é uma festa espiritual religiosa, por outro se tornou uma festa consumista e materialista, de um lado temos  um recém-nascido como dádiva de Deus, nascido pobre numa manjedoura  por outro  temos um velho gordo, rico a distribuir presentes para todo mundo.  Mas quem é este velho de barbas brancas que entrou de gaiato na história Cristã???
De acordo com o pesquisador dr. Rogan Taylor (Universidade de Lancaster – Inglaterra) parte desta lenda originou-se  de um poema do norte-americano Clement Clark Moore, que o publicou num jornal em 1823, sendo que referido poema foi ilustrado anos mais tarde, em 1863 pelo bávaro Thomas Nast que intitulou a figura de Santa Claus, ou seja São Nicolau, vestindo-o com roupas árticas, mas nada de vermelho. As roupas vermelhas  e brancas que conhecemos hoje  apareceram mais tarde através do alemão Mortiz von Schwind.
Se Papai Noel (Papai Natal) é São Nicolau, então quem foi São Nicolau?   Ele nasceu na Ásia Menor e foi bispo de Mira (hoje Turquia) e após falecer por volta de 326, foi declarado santo, seus restos mortais encontram-se em Bari-Itália e é comemorado todo dia 06 de dezembro. Diz a lenda que era um homem bondoso e para auxiliar três moças que não tinham dotes para o casamento e poderiam assim ficar desamparadas ele jogou um saco de moedas pela chaminé da casa, as quais caíram dentro de sapatos e meias que estavam no fogão. Sua figura popularizou-se muito na Europa, em especial entre os alemães e holandeses, estes por sua vez ao imigrarem para os Estados Unidos e fundarem Nova York levaram o culto de São Nicolau (Santa Klaus) e outros costumes natalinos. 
De acordo com a curiosa teoria de dr. Rogan Taylor, citado pela pesquisadora Elsie Dubugras (Natal de Planeta/97) o Papai Noel europeu com seu trenó de renas, está possivelmente  ligado a relatos dos xamãs (pajés) da Sibéria, pois tribos daquela região eram conhecidas como o povo das renas  e estes xamãs “voavam”  para o reino espiritual para solucionar problemas da tribo em um trenó puxado pelas mesmas. Para tanto ele fazia uso do transe através de um cogumelo alucinógeno comum naquela região.
No Brasil Papai Noel somente chegou por volta da década de 20 e popularizou-se a partir da década de 30. Os países de origem latina sempre tiveram como presenteadores os Reis Magos  e em muitos países ainda os presentes somente são entregues no dia de Reis, 06 de janeiro.
A concepção de Papai Noel hoje é uma mistura da lenda de São Nicolau (entrada pela chaminé, presentes nas meias e sapatos, etc) associada ao Papai Noel  mídia vendida pelos Estados Unidos a inúmeros países.  Bem ou mal o bom velhinho está mais uma vez de volta,  fazendo a alegria de crianças e adultos e o sorriso largo dos lojistas.  Papai Noel voando em seu trenó puxado por renas infelizmente não existe, mas um dia, nos remotos anos da Europa ele existiu, sob a forma de um ser humano bondoso, religioso e caridoso. Que São Nicolau onde quer que esteja hoje, abençoe a todos nós e nos proporcione um Feliz Natal.

Valter Cassalho
"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
(Santo Agostinho)"

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

HOJE TERMINA o seriado GABRIELA  foi espetacular, além de ser obra do grande e centenário JORGE AMADO mostrou bem a transição do CORONELISMO para a nova ordem POLITICA da década de 30. Infelizmente existem apesar que reduzidos e  graças a Deus em extinção redultos e currais eleitorais comandados por "coronèis" sem patentes mas com poder nas mãos através do mandonismo alicerçado no clientelismo, perpetuando-se no poder. 
Essa perpetuação se dá através de fraude eleitoral, compra de votos, clientelismo, cestas básicas, falsas promessas, mito politico.  etc Tendo como característica básica IMPEDIR formação de NOVOS LIDERES inclusive no próprio grupo, e quando envelhecem, quando permitem, lançam alguém da familia para continuar mandando.  
No estado de São Paulo quase todas as cidades se livraram desta praga que deveria ter sido extinta com Getulio Vargas, mas municípios muito atrasados e pequenos continuaram, mas devem acabar nos próximos anos. No sertão nordestino e mais ao norte em lugares mais atrasados ainda persistem e nas próximas décadas apesar de já muito atrasados devem acabar. 
PARABÉNS JORGE AMADO, parabéns a GLOBO pela belíssima re-leitura da obra e a todos os atores. 
IMPERDÍVEL mostrar este momento politico na época das eleições no Brasil para alertar os municípios quanto a vários coronéis e RAMIROS BASTOS que ainda insistem em MANDAR. 
A novela acaba hoje, e o coronelismo está com seus dias contados. Vivas a Gabrielas e Gerusas que tiveram coragem de lutar contra esses mandões e romper com os duros padrões de sua época. Que venham novos Mundinhos Falcões PARA RENOVAR A POLITICA e acabar com o ranço da ignorância e do atraso neste nosso SERTÃO.  Vivas a Jorge Amado !!!!  SALVE JORGE!!!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012



HALLOWEEN - DIA DE TODOS OS SANTOS OU DE TODAS AS BRUXAS?????

Divulgado pelos EUA como mais uma via de consumismo, a  festa das bruxas vem da Europa e incorpora diversas influências de vários povos (celtas, romanos antigos e cristãos).
Há mais de mil anos onde hoje é a Grã-Bretanha e Norte da França viviam os Celtas, eles adoravam a natureza e tinham o sol como principal deus. Para eles o ano novo acontecia com o início do inverno, o que corresponderia a primeiro de novembro do nosso calendário; acreditavam que nesta data o Deus-Sol era aprisionado por Samhain (senhor dos mortos e príncipe das trevas). Na noite anterior (31 de outubro), acreditavam que Samhain reunia todos os mortos e estes assumiam diferentes formas, inclusive de animais, principalmente gatos. Na verdade era um culto agrário, pois coincidia com o fim das colheitas, ocasião em que seus sacerdotes (druidas)  realizavam diversos rituais purificadores, inclusive o de apagar todos os fogos da aldeia e acenderem uma única fogueira no alto da colina e somente  no dia seguinte as pessoas iam buscar novos fogos desta fogueira para utilizarem em suas casas, dando início a um novo ciclo de atividades. Estes cerimoniais duravam três dias, formando um festival onde muitas  pessoas desfilavam vestidas de animais.
Com as invasões romanas no século I da  nossa Era,  os romanos invadiram a Bretanha e misturou este festival celta com o festival dedicado a deusa Pomona que também era festejada em novembro. Mais tarde com a disseminação da religião cristã na Europa estes festivais receberam novos ingredientes.  No ano 835 da Era Cristã, a Igreja Católica Romana criou o dia de todos os santos a ser comemorado em primeiro de novembro  com o nome de HallowMas (Missa de Todos os Santos) ou All Hallow (Todos os Santos). Anos mais tarde, a Igreja criava o dia de Todas as Almas a ser comemorado em 02 de novembro, sendo que nestas comemorações continuaram os desfiles dos celtas, porém com pessoas vestidas de santos, anjos e demônios. Apesar da tentativa de cristianizar as comemorações pagãs a noite que antecedia a primeiro de novembro, ou seja a Noite de Todos os Santos (chamada de All Hallow Even) continuou sendo o festival de Samhain, porém seu nome acabou sendo modificado em All Hallow's Eve, Hallowe'en, e finalmente  Halloween.
Mas até aqui nada se falou sobre as bruxas e abóboras. Para entender isso precisamos saber quem são as bruxas. A palavra bruxa na língua inglesa  é witch e é derivada da palavra anglo-saxônica wicce, da alemã wissen que significa  saber ou  conhecer e wikken que significa adivinhar, ou sejam, eram mulheres que tinham o conhecimento, que sabiam. Estas bruxas não tinham a conotação pejorativa de hoje, eram consideradas  sábias,  conhecedoras das ervas medicinais para a cura das enfermidades do vilarejo onde residiam, eram aptas para realizar partos e preparar os ungüentos, eram respeitadas e dotadas de poderes espirituais e seus conhecimentos eram passados de mãe para filha.  No início de fevereiro e final de outubro, estas mulheres cultuavam seus principais deuses e a imagem de alguns continham chifres  os quais eram símbolos de poder e fecundidade, representando a virilidade do Deus da Natureza para fecundar a Terra. Sendo que estes deuses foram mais tarde tachados pela igreja como os demônios da cultura judaico-cristã.
Com a tradição patriarcal e machista cristã estas mulheres foram depostas de seus cargos, proibidas de praticarem suas ciências, de cultuarem seus deuses, condenadas ao silêncio, reduzidas ao segundo plano na tribo e a submissão total aos homens. Mais tarde com as intolerâncias religiosas do catolicismo e protestantismo, aquelas que se rebelaram ou continuaram a praticar os costumes de seus antepassados foram torturadas, enforcadas ou queimadas vivas em nome do Deus Cristão.
Quanto ao uso das abóboras no Halloween é um costume de tradição Irlandesa. Conta-se que um homem chamado Jack, após sua morte, foi proibido de entrar no paraíso devido a ser muito avarento e de ficar no inferno devido a ter enganado o diabo, assim, pediu ao diabo algumas brasas para iluminar o caminho e voltar  ao nosso mundo. Para proteger a brasa que o diabo tinha dado,  Jack colocou o carvão incandescente dentro de um nabo esburacado e formou sua lanterna, ficando conhecido assim como Jack o’lantern. Esta história se incorporou ao Halloween e quando os irlandeses foram para os Estados Unidos, quase não encontraram nabos e tiveram a idéia de o substituíram por abóboras. 
Este é um assunto muito vasto, valendo lembrar que Halloween não é brasileiro e não pertence ao nosso folclore, no entanto, possui muitas informações que vão desde a perda do poder das mulheres a intolerância religiosa, aos costumes pagãos e perpetuação da magia e ritualística aldeã que estão sempre presentes, porém de forma velada ou reinterpretada em muitas brincadeiras e festas. Infelizmente ao invés de aproveitarem esta data para debaterem tais assuntos, a data se transformou em cultura de massa com objetivos puramente comerciais, onde se aproveitam para fazer festas a fantasia e sobrepor costumes estrangeiros aos nossos. Nada em particular contra as bruxas, muito pelo contrário, acho que esse consumismo em cima das mesmas é um desrespeito à antiga tradição das Wiccas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012



TRABALHO SOBRE CULTO FÁLICO do prof. VALTER CASSALHO é publicado em REVISTA INTERNACIONAL.
Com o título CULTO FÁLICO SOBREVIVE E GANHA FORÇA EM AMARANTE – PORTUGAL, o professor e folclorista Valter Cassalho consegue sua terceira publicação na Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 138/15 (2012:4), pertencente a Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura
e institutos integrados cujos representantes residem na Alemanha.  Após estudos realizados no Brasil e em Portugal juntamente com a folclorista Lilian Vogel, sobre a vida e obra de São Gonçalo, Valter Cassalho aproveitou sua estadia e contatos em Amarante (Portugal) para fazer um breve estudo sobre esses cultos naquela região e sua influência que atravessa milênios e se funde com a religião católica e culto ao santo patrono dos violeiros. No artigo trata a questão da virilidade mítica e sua importância no inconsciente coletivo. Afirma o mesmo que: “
As genitálias (tanto a masculina quanto a feminina) sempre foram desde os tempos primitivos veneradas, pois consistem nos elementos doadores da vida e preservadores da espécie”. A pesquisa está centrada num pão (massa doce) na forma de pênis que são vendidos e/ou distribuídos por ocasião das festividades a São Gonçalo e devorado solenemente por todos que buscam virilidade e fertilidade tanto masculina quanto feminina. Diz ainda nosso folclorista que tal costume convive harmonicamente neste povoado e de forma cultural, natural e até divertida tanto que fizeram para arrecadar fundos assistenciais um pão de 21 metros neste formato visando entrar para o Guinees Book.  Quem quiser ver as fotos e ler a matéria pode acessar: http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual.html.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PROSTITUIÇÃO E POLITICA

Reprivo e transcrevo este belo texto que vi na internet - Muito bom.



Por: Patologia Política® - Prostituição Política. Publicado por olhovivoholambra

“A política e a prostituição são os únicos empregos que não exigem experiência anterior” – Ediel Ribeiro
Como em qualquer bordel, depois do esgadanhar de cabelos, dos golpes baixos e das línguas viperinas, “meninas e meninos” acabam sempre por fazer as pazes para o bem maior que é o negócio e o agrado dos clientes. As rameiras desta história – interessa, respectivamente, lugar garantido no leito camarário, independentemente de quem seja o parceiro; ter à mão quem se disponha a deitar com qualquer um, para garantir o poder a qualquer preço.
Decididamente, a política está a transformar-se em autêntico bar de alterne, onde o interesse pessoal, a ambição desmedida e a sede de poder se sobrepõem aos princípios, à integridade e ao respeito que os eleitores devem merecer. Com esta adentra numa espiral destravada de oportunismo, calculismo e prostituição política. Aos que compactuam  passam a funcionar como uma espécie de empresa de trabalho temporário que se entrega a quem pague mais.
Não pode valer tudo, a democracia exige ser expurgada dos abcessos, refrescada com novas práticas, centrando-se na luta de ideias, num combate político e ideológico de separação de águas, sem recurso a jogos de bastidores nem golpes de rins. E isso é essencial para que a Política  possa ser referencial de elevação moral e ética e um exemplo de transparência para toda a sociedade. (http://olhovivoholambra.wordpress.com/2012/06/08/prostituicao-politica) Junho/2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012



TRADIÇÃO DE
COSME E DAMIÃO

No dia 27 de setembro acontecem as festas aos santos Cosme e Damião, os quais são muito populares no Brasil, estando sempre associados à festa das crianças. Na tradição católica estes santos foram irmãos gêmeos que se dedicaram à medicina e conhecidos como anargiros (que não tem prata) alusivo ao fato de não cobrarem pelos seus serviços prestados, assim sendo, são hoje considerados como patronos dos cirurgiões.
Por serem cristãos, durante as perseguições do Imperador romano Deocleciano foram martirizados na Egéia-Cilícia (Ásia Menor) em 27 de setembro do ano 287, seus corpos foram transportados para Roma a mando do Papa São Felix, que lhes concedeu uma igreja  para  veneração. Em suas homenagens espalharam-se igrejas pela Itália, França, Espanha e Portugal sendo fundada em 1226 na França a CONFRARIA COSME E DAMIÃO DE CIRURGIÕES, sendo que em Portugal a Universidade de Coimbra cobrava registro dos diplomas médicos e a renda era destinada para os estudos e pesquisas na área de medicina desta confraria, considerada a associação médica mais importante de toda a Europa.
Na época do Brasil Colônia, Dom Duarte Coelho escolheu estes santos como padroeiros da cidade de Igaraçu em Pernambuco. São ainda considerados defensores das epidemias,  fome e partos gemelares.
O costume de oferecer doces as crianças em seu dia está muito difundido no Brasil, onde tais santos foram sincretizados no Candomblé e Umbanda como os orixás gêmeos Ibejis, como Erês (orixás crianças - intermediário entre o iniciado e o orixá) e em alguns casos são associados como espíritos de crianças, sendo que Ibejis, Erês e espíritos de crianças são seres distintos entre si. A imagem nos terreiros de Umbanda ao invés de dois santos  (como na igreja Católica) aparecem três, ou seja, Cosme, Damião e Doum, sendo que este último entre as tradições populares fluminenses é tido como filho de uma empregada da família dos gêmeos e morreu no dia seguinte ao martírio dos irmãos médicos. Outros associam esta figura menor (Doum) a ligação de Cosme e Damião com as crianças ou mesmo com Ibejis e Erês.
Num país tão rico de etnias e culturas, onde todos, com a graça de Deus, conseguem viver em paz é natural que aconteça a popularização e mistura das religiões; independente de serem membros das religiões afro-brasileiras ou católicos oferece-se doces as crianças, mantendo viva a história e exemplos desses santos médicos.