segunda-feira, 28 de maio de 2012

ELEIÇÕES - AS MACAQUICES JÁ COMEÇARAM


ELEIÇÕES – AS MACAQUICES JÁ COMEÇARAM!!!!

As eleições vêm ai, precisamos de um governo com uma política de continuidade, mesmo renovando precisamos do compromisso que projetos e obras tomem sequência e não fiquem abandonados pelos escuros caminhos de mandatos. Os políticos que só aparecem de        QUATRO em QUATRO  anos já estão aparecendo, ficando em porta de tudo quanto é evento e tentando aparecer o máximo possível. Uma atitude cômica, trágica e de enjoar. Ainda não tivemos as convenções e nem temos candidatos, por isso estou alertando a todos com antecedência para que percebam certas atitudes e leiam abaixo um texto bem real disso tudo. Não podemos permitir a volta deste tipo de política bem como precisamos acabar com o resto desta política de coronéis. Sejamos críticos com atitudes e o passado destes futuros candidatos. Não se venda por favores, pois SEU VOTO NÃO TEM PREÇO TEM CONSEQUÊNCIA!!!!!

POLÍTICA  CORONELISTA

Não se compreenderia, contudo, a liderança municipal só com os fatores apontados. Há ainda os favores pessoais de toda ordem, desde arranjar emprego público até os mínimos obséquios. E’ neste capítulo que se manifesta o PATERNALISMO, com sua recíproca: negar pão e água ao adversário. Para favorecer os amigos, o chefe local resvala muitas vezes para a zona confusa que medeia o legal e o ilícito, ou penetra em cheio no domínio da delinquencia, mas a solidariedade partidária passa sobre todos os pecados uma esponja regeneradora.  A definitiva reabilitação virá com a vitória eleitoral, porque, em política, no seu critério, “só há uma vergonha: perder”. Por isso mesmo, o FILHOTISMO tanto contribui para desorganizar a administração municipal.
Um dos principais motivos dessa desorganização é a generalizada incultura do interior, cópia muito piorada da incultura geral do País. Se os próprios governos federal e estaduais têm tanta dificuldade em conseguir funcionários capazes, por isso mesmo improvisando técnicos em tudo da noite para o dia, imagine-se o que será dos município mais atrasados.
Mas o despreparo do interior só explica uma parte da anarquia administrativa observada em muitas municipalidades. A outra parcela  de responsabilidade cabe, de um lado, ao filhotismo, que convoca muitos agregados para a “gamela” municipal, e, de outro lado, à utilização do dinheiro, dos bens e dos serviços do governo municipal nas batalhas eleitorais.
A outra face do filhotismo é o MANDONISMO, que se manifesta na perseguição aos adversários: “PARA OS AMIGOS PÃO, PARA OS INIMIGOS PAU”.  “AOS AMIGOS SE FAZ JUSTIÇA, AOS INIMIGOS SE APLICA A LEI”.  As relações do chefe local com seu adversário raramente são cordiais. O normal é a hostilidade.
Essa hostilidade manifesta-se na ausência de relações sociais (clubes e cafés separados), em gestos de acinte ou picardia (festas comemorativas, foguetes de vaia, mudança dos nomes de logradouros e de obras ou estabelecimentos públicos); preterições nos serviços públicos (demissão de funcionários, falta de calçamento  ou de limpeza da via pública junto à casa do adversário); no rigor fiscal (lançamentos exagerados em comparação com os dos amigos, multas, execuções e penhoras apressadas) e por muitas outras formas, chegando mesmo à violência física e crimes mais graves, raramente na pessoa dos chefes contrários, mas frequentemente na de seus aderentes mais modestos...

(Trechos do livro Coronelismo, enxada e voto - Victor Nunes Leal - ed. Alfa-Ômega - ATENÇÃO FOI PUBLICADO EM 1949).



Acredite se quiser: Os trechos acima referem-se a política dos anos anteriores a década de 30.  Isso mesmo década de 30!!!!!!!  QUALQUER SEMELHANÇA COM JOANÓPOLIS SERÁ MERA COINCIDÊNCIA???????

Lembre-se; Quem muito se curva aos poderosos mostra a bunda aos oprimidos.
O MACADO TÁ CERTO!!!!!!! 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

CANDIDATOS NA MACUMBA


CANDIDATOS NA TENDA DE PAI AMBRÓSIO
Logo estaremos na época das eleições e como toda pequena cidade é cheia de curiosidades e todo mundo sabe um pouco de todo mundo e os mais variados cidadãos se tornam candidatos e aja candidatos !!!!  Logo esses começam a participar de tudo aquilo que nunca participaram ou aqueles que aparecem a cada quatro anos.  Vão de templos a terreiros, de festas a velórios.  Eu como um admirador dos cultos afros aproveito meus amigos carnais e espirituais para imaginar a seguinte cena:
-Ah misi fio, o que querem vois mecê?  
E um senhor já arcado pela idade deu aquela baforada  de um cachimbo que recendeu o pequeno cômodo da casa do terreiro de Pai Ambrósio, onde há anos residia e tinha fama de adivinho, macumbeiro, curador de doença, de dor de corno, buscador de amor perdido, impotência, latejamento de artéria, e mais umas cem coisas na lista que ficava pregada no poste da pequena cidadezinha.
Dois já pré-candidatos que entraram na surdina  se espreitando pela cerca da casa, entraram de mansinho no minúsculo terreiro do Pai Ambrósio, afinal não poderiam ser vistos, não pegava bem a municipalidade ver tais nobres senhores num lugar desses.
Numa tosse pigarrenta e uma cusparada para jogar o sarro do pito para o lado,  pai Ambrósio deu aquela acomodada no banquinho.  Os dois candidatos meio que já conhecendo bem o local, já foram sentando e pondo um dinheirinho no cofrinho do santo no meio de uma infinidade de imagens de santos e velas por todo lado.
-Ah misi fio, que traiz sunceis aqui misi fio?
-Sarve Pai Ambrósio, tamu aqui por que vai ter eleição e nóis precisamu de uma forcinha do senhor  e quem mais por ai tivé.  Logo a cidade pega fogo e cada ano o povo tá mais espertinho e fica difícil da gente se eleger.
Pegando aquele baita Rosário de quinze mistérios, uma baforada nas mãos, o véinho gritou pra um camarada trazer o Pindaiba para ele “ler” a sorte e aconselhar os companheiros ali presentes.  Pindaiba  era um bodão preto, lanzudo, fedorento, velho, chifrudo como ele só, calmo e ruminando um feixe de capim ficou a fitar os dois consulentes e mascando sossegado o saboroso capim, ficando a parte traseira virada ao pai-de-santo que tinha a peculiaridade em ler a sorte no fiofó do bode.
-E ai Pai Ambrósio o que diz o Pindaiba??
-É misi fio, as coisas tão preta por aqui e não tão cheirando bem pro lado dos ceis. Mió os misi fie dá uma ajeitada nas coisas, que pra ganhá eleição num é fácil,  Xangô Senhor da Justiça anda meio brabo, a cabeça de vanceis tão no corte do machado. Ah misi fio tem que escutá o que diz o Pindaiba.
-Vixi pai Ambrósio, a coisa tá ruim assim ?? Vamos por um dinheirinho aqui no cofre para ajudar, manda o Pindaiba fazer direito!
Nisso Pai Ambrósio deu um ponta pé na barriga do bode e o bicho reagiu rápido, deu um estouro na cara do Pai Ambrósio  que o cabelo branquinho da velho até levantou, o cheiro foi tão forte que Pai Ambrósio caiu num transe e disparou a matraca.
-Arre misi fie, sarve tudo !! Saravá !!!! Quem quisé ganhá eleição  tem que fazê anssim:  Vanceis vão ter que ir em tudo quanto é lugá, num pode perder velório misi fio, tem que chegar junto, cumprimentar a família inteira, pegar na mão, se dé misi fie, chora junto, fica até tarde no velório e num isqueça de segurar a arça do caixão e ir na frente, pra tudo mundo vê  o misi fie carregando o falecido. Se num der ocê planta na frente do portão do cemitério e fica lá cumprimentando um a um. Mais prá livrá da mardição do defunto tem que jogar treis punhadinho de terra na cova.  Arre, saravá.
Mais um  puuummmmmmmmm que recendeu o ambiente e outro sacolejo de Pai Ambrósio.
-Saravá, arre égua, pé de pato!! Tem mais um conseio: Missa, prucissão, festinha de santo, cavalgada e afogado de Divino tem que ir.  Na missa tem que sentá no primeiro banco, fazê pose de santo, e tudo mundo que entrá vanceis cumprimenta, antes de acabá a missa corre pra porta da igreja pra tudo mundo que sai vê oceis lá. Na prucissão  tem que carregá o andor ou ficar perto do santo ou do padre prá tudo mundo vê.  No Divino vai bem atrais da procissão com cara de santo  cumprimenta tudo mundo.  Num pode perder bingo da igreja, mió idade, asilo, santa casa, fica plantado que nem Exu na porta e tudo mundo que entrá vanceis cumprimenta, e faiz de conta que são vanceis que tão fazendo e ajudando.  Nas igreja que tem pastor misi fie, entra também e finge que sabe cantá os hinos e se soubé cante bem arto pra tudo mundo percebe, cumprimenta com a  mão, abraça e chama tudo de irmão, prometa um monte de coisa, que vai dar areia, cimento e ajudá com dinheiro e fale mar da outra igreja.
Pai Ambrósio deu outra sacudida deu de voltar em si e o bode deu de dar uma saída, mas os candidatos seguraram no chifre do bicho e meteram um punhado de milho na boca dele e mais um dinheirinho no cofrinho, e um dos candidatos deu um chute na barriga do bode e outro  Puuuuummmmmmmmmmmm que baforou o quartinho e o médium caiu em novo transe e desta vez tão forte que quase caiu do banquinho.
-Saravá arre égua – Pra ganhá eleição misi fie, tem que dar presentes, tem que dar saco de cimento pra um, areia pra outro, telha pra outro tamém, saco de batata, dá um dinheirinho as vezes, por gasolina nas motos, nos carros, saco de feijão, chapéu, cesta de comida,  e bardeá muita gente pra baixo e prá cima de carro fazendo tudo quanto  é favor de perferença nos cartorios das cidades vizinhas,  prometê  de tudo, que vai fazer  festa  pra crianças, pros moleques, pras moças, tem qui dar churrasco, cerveja, dar de tudo misi fie.
Pai Ambrósio deu uma tossida, revirou os olhos e outra flatulência, mas daquela fininha, que fedeu mais que todos os outros juntos. A coisa foi tão forte que até os consulentes ficaram enjoados.
-É misi fie, sarve tudos eles!!  Tá difici de ganhar as eleição, o povo parece que tá percebendo as coisas, que esses presentinhos vossos sai caro depois, mas oceis tem que falar muito mal dos outros, xingá muito, só falar mal, memo que o negócio seja bão, oceis xinguem, falem mal, pra desfaze o que o outro tiver fazendo, nunca fale bem misi fie, é falar mal o tempo todo.

Pai Ambrósio deu um salto do banquinho, fumou umas três pitadas de fumo de corda, deu balanço para os lados e voltou a si. Tiraram o Pindaiba do terreiro, Pai Ambrósio cortou um pouco dos pelos do Pindaiba, pegou um pouco do esterco que o bicho soltou durante a sessão enrolou num papel e pediu para que ambos ao chegarem em casa fervessem esses ingredientes e fizessem um banho de descarrego. Abriram a porta, as janelas e enfim entrou um ar puro que já estava todo mundo meio verde.   Puseram mais um dinheirinho no cofrinho, agradeceram Pai Ambrósio e saíram na esquiva de novo.  Já no meio da rua conversavam animados com os conselhos das “entidades”,  mas deram de topo na esquina com o padre e ficaram muito assustados e gaguejando cumprimentaram o vigário e foram rapidinho embora. O padre deu uma olhada para traz sentiu aquele cheiro de bode e pensou consigo: “-Hummm isso não tá cheirando bem!”. Fez o sinal da cruz e murmurou –Deus nos livre e as urnas também!
                                                                                                              

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

terça-feira, 22 de maio de 2012


DIA 23 DE MAIO COMEMORA-SE O DIA DO MMDC (Revolução de 32)

SIGLA REVOLUCIONÁRIA DE 32 FOI ALTERADA

Todos estavam acostumados no dia 23 de maio (pelo menos nos bons tempos que as escolas ensinavam patriotismo) em  prestar homenagens as quatro primeiras vítimas dos confrontos que desembocaram na Revolução Constitucionalista ocorrida em 1932, lembrados na sigla MMDC, usada como exaltação do brio, garra e patriotismo do povo de São Paulo. A Assembléia Legislativa do Estado aprovou o Projeto de Lei 435/2003,  que instituiu o "Dia dos Heróis MMDCA" (Lei nº 11.658 de 13/01/2004), ficando acrescida à sigla histórica mais uma letra, ou seja, mais um nome aos acontecimentos  revolucionários de 32, o nome de  Orlando Alvarenga.  A sigla MMDC era resultante da junção dos nomes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. Estes jovens Mário Martins de Almeida  (31 anos, solteiro, fazendeiro em Sertãozinho, nascido em São Manoel-SP), Euclydes Bueno Miragaia (21 anos, solteiro, auxiliar de Cartório em S. Paulo, nascido em S. José dos Campos-SP), e Antonio Américo de Camargo Andrade (30 anos, casado, 3 filhos, comerciário em S. Paulo, Nascido em São Paulo), morreram no confronto do dia 23 de maio com as tropas governistas de Getúlio Vargas, sendo que Dráuzio Marcondes de Souza, com apenas 14 anos, (ajudante de farmácia em S. Paulo, nascido em São Paulo) foi ferido e veio a falecer no dia 27 do mesmo mês. Na verdade, foram três mortos de imediato e dois feridos, sendo que o último foi   Orlando Alvarenga, atingido por tiro de fuzil na medula, sofrendo gravemente até o dia 12 de agosto, quando veio a falecer, era natural de Muzambinho-MG, tinha 33 anos, e casado com Annita do Val, tendo um filho de nome  Oscar.  Na época o então governador dos constitucionalistas Pedro de Toledo assinou um Decreto oficializando a sigla MMDC como símbolo do movimento revolucionário no dia 10 de agosto, em homenagem aos quatro falecidos. Como Orlando Alvarenga veio a falecer dois dias depois da assinatura do decreto, seu nome ficou fora da homenagem.  Em 2002 o governador Geraldo Alckmin assinou um decreto também resgatando esta figura histórica, no qual criou em 25 de abril  a oficialização do colar “Cruz do Alvarenga e dos Heróis Anônimos".
Assim sendo, nas comemorações de 23 de Maio, como nas de 09 de julho ficará a sigla mudada para MMDCA.
São Paulo como sempre, foi símbolo de gente desbravadora,  guerreira e lutadora por seus direitos; que este patriotismo e fibra paulista continue sempre existindo, estando expresso nos nossos símbolos estaduais e principalmente em nossa bandeira, que o saudoso poeta Guilherme de Almeida, descreveu como: “Bandeira da minha terra / Bandeira das treze listas / São treze lanças de guerra / Cercando o chão dos Paulistas / Mapa de pátria guerreira / Traçado pela vitória / Cada lista é uma trincheira / Cada trincheira, uma glória”.

Prof. Valter Cassalho


Ser Paulista

                            Martins Fontes

Ser paulista! é ser grande no passado
E inda maior nas glórias do presente!
E' ser a imagem do Brasil sonhado,
E, ao mesmo tempo, do Brasil nascente.

Ser paulista! é morrer sacrificado
Por nossa terra e pela nossa gente!
É ter dó das fraquezas do soldado
Tendo horror à filáucia do tenente.

Ser paulista! é rezar pelo Evangelho
De Rui Barbosa — o sacrossanto velho
Civilista imortal de nossa fé.

Ser paulista em brasão e em pergaminho
É ser traído e pelejar sozinho,
É ser vencido, mas cair de pé!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

MACACOS ME MORDAM!!!


Este meu blog é para várias publicações de cunho social, político, histórico e lazer.  Pertence a meus amigos e convidados.  E graças a toda LIBERDADE DE EXPRESSÃO garantida por nossa Constituição Federal  e muita luta de séculos  por aqueles  que acreditaram na LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, fica este blog para expressar e levar as pessoas a pensarem e repensarem nosso município, nosso  Estado, nosso País, enfim nosso mundo de hoje.
Escolhi o Macaco como símbolo, nosso primo distante que num certo momento da História nos dividimos entre os que pensam e os que agem por instinto.  Esse belo orangotango  ai do lado é porque fico de cabelo em pé as vezes com coisas que escuto, acabo sabendo ou vejo por aqui.  E nessa macacolândia do mundo, este ser pensante chamado homem  desdobra sua história,  suas esquisitices e macaquices.
No planeta dos Macacos já dizia o jargão humorístico o MACACO TÁ CERTO, ou mesmo o primo recente e meu ídolo em particular o MACACO SIMÃO com seu  tradicional rararararararará.

Bem vindo  e vamos proseando e nos comunicando , afinal quem não se comunica se trumbica.
Abraços para muitos e bananas para alguns.

Valter Cassalho 

O CAUSO DE NHÔR ANSERMO LUBISÓME


(p/Valter Cassalho)
Joanópolis um dia chamou-se Curralinho e foi neste curral de montanhas que um grupo de entusiastas fazendeiros resolveram fundar numa festa de São João a vilinha de São João do Curralinho. Seus nomes estão hoje em placas das ruas de nossa cidade, como o Antonio Ferreira de Almeida, Luiz Figueiredo,  Godofredo Frederigue, João José Batista Nogueira,  João Wohlers e Anselmo Caparica, entre outros. Nas fotos sempre vemos esses homens austeros,  não se ria para tirar fotografias, não se mostravam os dentes numa época que não haviam dentistas e poucos tinham o hábito de escová-los. Bem, mas ao contrário do que tudo indica e em boas prosas com seus descendentes chegou até mim que estes homens coronéis orgulhosos de seus bigodes, tinham um senso de humor notável, em especial o Estelita Ribas, o Coronel Figueiredo, o Godofredo e o Anselmo Caparica falecido em 1902.  E foi numa dessas prosas gostosas que sua neta Maria do Rosário contou como seu avô ficou conhecido como um dos primeiros lobisomens da recém fundada São João do Curralinho  (1878) .  Contam que a fama do Anselmo e seus amigos entre o povo mais simples não era das melhores, foram vistos várias vezes alta madrugada andando à cavalo pela vila, e os compadres nas janelinhas das casas naquela espiadela viam estes garbosos homens indo e vindo pela noite escura.  No outro dia.....
-“Cê viu cumpadre o nhor Ansermo, com o Coroné Figueiredo e o Chico Wohlers ???”
–Escuitei o trote cumpadre, esses homens prá e pra cá de noite, andam com essa coisa de maçonaria, ai Jisuis !! Isso é coisa do demo!!  “ Vixi Santa Maria!”
A conversa sempre parava num sinal da cruz e pronto, mas mal entendiam que estes homens iam e vinham em visitas em lojas maçônicas para fundá-las na região como a de Bragança, a de Piracaia e a de Joanópolis “Moral e Liberdade” fundada no inicio do século passado.  
O que se sabe que já nesta época tinha um peludo uivando pelas cidades assustando os moradores. Todos especulavam quem seria o tal lobisomem do Curralinho.  E foi numa dessas noites escuras que formou um temporal com uma ventania de meter medo,  coriscos clareavam o céu e os trovões tremiam a terra.  Estrondos daqui e dali, na casa dos Caparicas dona Bruna e filhas rezavam e queimavam como de costume, palma benta no fogão para espantar o temporal. Foi neste momento que o  Anselmo notou a falta de seu cachorrinho de estimação, um pequeno cão que vivia no colo das crianças. O bichinho tinha sumido saído na rua minutos antes do temporal.  Caía a torrencial chuva e o Anselmo viu o pobre bicho acuado embaixo do beiral da casa vizinha. Fazendo o gosto das filhas e com dó do pobre cão, Anselmo (que não era um homem pequeno) pegou uma baeta (lã felpuda) se enrolou todo e correu para pegar o cãozinho. Quando se abaixou para pegar o animal que já chorava e latia com medo da chuva e quase já protegido no colo do dono, passaram em disparada três homens que foram surpreendidos pelo temporal e tentavam buscar abrigo e num estalo do relâmpago que clareou toda a rua viram um bicho esquisito, enorme, peludo, abaixado, com a parte traseira maior que a dianteira atacando um pobre cachorrinho.  Aos gritos saíram correndo clamando para Santa Barbara (protetora dos raios) e Creio em Deus Pai (que afasta qualquer coisa ruim).  Anselmo voltou para a casa e no outro dia estava o comentário geral de ouvido a ouvido.   Os dois compadres na janela um do lado do outro...
–Nhor Ansermo é lubisóme cumpadre!
-Falei cumpadre !! Esse negócio de mação só podia dar nisso, é lubisóme memo, viram ele virando ontem a noite e correndo pela rua.
-Deus nos livre! Cruiz Credo!!

Bem, o tempo passou e a fama do Anselmo ficou, tanto que com seu bom humor ele e décadas mais tarde  o Godofredo que era um baita italiano e gostava de ficar nas jogatinas da noite,  batendo um carteado e altas horas vinha embora com sua capa de frio, quando via alguém vindo em sua direção adorava abaixar-se e correr meio de quatro pela rua  para dar sustos nas pessoas e depois ao chegar em sua casa morria de rir da situação.
E compadres ainda na janela:
-Ave Maria cumpadre – o Godofredo tamém é lubizome!
-Vade retro – cruiz credo!  Esse mundo tá perdido. 
-Nhor Ansermo era lubizóme e o Godofredo agora tamém.
Por ironia do destino, verdade ou mentira, o fato que sua neta a Maria do Rosário filha de Maria Caparica  publicou em 1983 um tratado sobre lobisomem  ou seja seu livro LOBISOMEM ASSOMBRAÇÃO E REALIDADE e acabou dando a alcunha de Joanópolis a outrora Curralinho de seus avós  como CAPITAL DO LOBISOMEM.