CAIAPÓS
Para sarar quem está
doente e acordar quem está dormindo
Somos todos de baitará/A raça de
tupi/Somos marão de quá/Do chefe Caiubi. –Somu tudo inadara/da raça de
tupi/Somu barão de guara/Do chefe Itajubi.
A frase e os
versos acima pertencem ao caiapó de Piracaia gravados em 1945 e 1955
respectivamente e incluídos num livro sobre Danças Dramáticas do Brasil na
década de 60. Os caiapós APRESENTAM-SE NAS FESTIVIDADES DE JUNHO EM NOSSA
REGIÃO, NO CHAMADO CICLO JUNINO – FESTAS DE SANTO ANTONIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas, o que é o
Caiapó? Quem são ou foram esses personagens que se vestem de penas ou palhas,
que tocam buzinas de chifres pelo meio das ruas em dias de festas?
No nordeste
brasileiro a imitação dos índios é constante através dos Caboclinhos, dança
dramática em que encenam uma luta de tribos inimigas, consistindo em reminiscências dos antigos desfiles indígenas
com seus instrumentos de sopro. Em Goiás acontece dança semelhante com o nome
de Dança dos Tapuias. Em diversos
Estados, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, aparecem
os Caiapós, que é um bailado popular de
influência indígena com variações de acordo com a localidade.
Em alguns casos a figura de
cacique-pajé (Tuxaua-pajé) é divida em dois personagens, o cacique que comanda
o grupo, pai de Macuru e o altivo e orgulhoso pajé que faz a cura (caso de
Joanópolis). Em outros o cacique possui a dupla função de líder e pajé, sendo o
Macuru filho de uma das mulheres da
tribo (exemplo Piracaia). Neste último, há algumas décadas, como as mulheres
não participavam da dança um dos
elementos vestia-se como mulher e mãe do referido curumi.
Os caiapós
fazem-se acompanhar de variados e variantes instrumentos, caixas-de-guerra,
tabuinhas, reco-reco, cuíca (puita), tambu, pandeiro e aricongo, em alguns
casos queixadas de vacas e burros, sendo constante a presença da buzina feita
de chifres. Trazem lanças, arcos, flechas e outros utensílios enfeitados.
Desta forma,
este folguedo é uma lembrança encenada a
céu aberto sobre os maravilhosos rituais
de pajelança de nossos ancestrais, não apenas uma alusão aos caiapós do
sul, mas também, a toda nação indígena,
inclusive aquelas que residiram nestas localidades. COMUM NAS FESTIVIDADES
JUNINAS.
Que estes rituais, apesar de simbólicos,
exorcizem nossas cidades e tragam
fertilidade, cura e energias positivas para todos nós.
Valter
Cassalho