segunda-feira, 20 de agosto de 2012


ZÉ MIJÃO O PRIMEIRO HERÓI JOANOPOLENSE
 Imaginem a seguinte situação: Um bairrinho rural distante de tudo, no meio do mato, cortado por um rio e um povo que desde 1830 começa a chegar formando uma casa aqui outra acolá, depois por volta de 1870 começa a aumentar a fluxo de pessoas derrubando matas e tentando arriscar com plantações de café. Piracaia antiga Santo Antonio da Cachoeira era uma vila modesta que governava estas vastas terras e um bando de desordeiros instala-se num lugar distante de tudo  chamado CURRALINHO.  Imperava a Lei do mais forte e o mando administrativo de um ou outro coronel com seus capangas para suprir a falta da guarda  militar do Império do Brasil. Três bandoleiros faziam fama na região PIMENTA, MANOEL CURI e ADRIANO PELUDO. Vãs tentativas em prendê-los resultaram em nada.  Eram assaltos, roubos e assassinatos nas mãos desses três que roncavam valentia por estas bandas.  Pimenta conseguiu ser emboscado por uma ação da família Batista em Piracaia liderados por Manoel Prado Mathias que em 13 de fevereiro de 1862 numa saraivada de tiros fizeram tombar o malfeitor em terras dos Cachoeirenses.

Manoel Curi foi assassinado em 30 de novembro de 1877 no bairro da Moenda em Curralinho numa de suas investidas contra moradores. Porém sobrava o mais temido, o pior da horda de bandidos ADRIANO PELUDO.  Consta que em 1883 estava preso em São Paulo porém repentinamente num descuido tirou a espingarda de uma policial e o matou, vindo refugiar-se no Curralinho. Várias diligências de policiais da capital e Piracaia em vão tentaram capturá-lo. Resolveu Peludo perseguir o alferes Alfredo Fernandes de Almeida morador das terras curralinhenses e este por sua vez ou se esquivava ou se juntava as diligências policiais para livrar Curralinho do temido bandido. Chegou oferecer uma recompensa a quem matasse o dito cujo.

E foi num desses dias que reunidos centenas de pessoas num mutirão em terras no bairro dos Pintos em Curralinho que dona Benedita Figueiredo (mãe do sr. Irineu de Souza Bueno) viu que Zé Mijão, um homem muito simples, gago, meio atrapalhado afiava com muito esmero sua foice. Indagado por dona Benedita Figueiredo disse ele que era para o mutirão do bairro dos Pintos.  Sabe-se que naquele dia acharam ADRIANO PELUDO morto a golpes de foice e depois de vivas a Zé Mijão e alivio do bairro do Curralinho e Piracaia ficou dita a história que “acidentalmente” a foice de Zé Mijão encontrara o pescoço e a veia jugular do bandido. 

Enterrado o criminoso e Zé Mijão livre da polícia, foi-se embora dessas terras viver só Deus sabe onde. Dando paz ao novo município que se formava.
Essa historia foi registrada no livro de nosso primeiro historiador Antonio Ferreira de Almeida e repetida por muitos moradores. Ecos disso chegaram a nós para falar como disse uma boa amiga, do primeiro herói de Curralinho. Depois de tantos crimes praticados aqui chegou a ser chamada de SÃO JOÃO DO FURA TRIPA, mas esta é outra história....

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